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    A Assembleia Legislativa, mais uma vez, discutiu formas de combate à violência contra a mulher no Rio Grande do Norte. Nesta terça-feira (7), atendendo proposição da deputada Cristiane Dantas (PCdoB), o Legislativo recebeu a população e representantes do Poder Público em audiência pública "feminicídio e pré-feminicídio: sinais de violência". Na discussão, que também contou com a presença das deputadas Larissa Rosado (PSB) e Márcia Maia (PSDB), foram dados alarmantes e que trazem a certeza de que a situação precisa mudar.
     
    "Para muitos, o tema dessa audiência pública pode ser repetitivo, mas não é. Repetitiva é a violência que continua a fazer novas vítimas todos os dias no nosso estado. Infelizmente, o femicídio, que é o crime de homicídio contra as mulheres, cresceu 14% no primeiro bimestre desse ano em comparação com o mesmo período de 2015 e 2016. Outra constatação que nos choca é que o feminicídio já é a segunda causa de morte violenta no Rio Grande do Norte", explicou a deputada Cristiane Dantas.
     
    O pesquisador Ivenio Hermes apresentou dados que corroboram com o que foi dito pela propositora da audiência, que apontou para o feminicídio representando 25% das mortes violentas no Rio Grande do Norte, superando o latrocínio. Destes crimes, 75% tiveram como meio utilizado a arma de fogo, enquanto asfixia mecânica, morte com armas brancas, queimaduras e espancamentos aparecem com 6,25%, cada.
     
    "O problema da violência contra a mulher é claro e muito fácil de se falar sobre porque, infelizmente, é um crime comum. Esperamos o dia em que tenhamos dificuldade em coletar esses dados devido à escassez desse tipo de crime", desejou Ivenio Hermes.
     
    Também presente ao encontro, a promotora de Justiça Érica Canuto falou sobre problemas decorrentes do machismo, desde a segregação e tarefas domésticas repassadas às crianças e adolescente do sexo feminino, até os atos de violência que são vítimas durante a fase adulta. Para Érica Canuto, é necessário que a sociedade fique atenta à necessidade de manutenção dos direitos das mulheres, inclusive os já conquistados com relação à aposentadoria. 
     
    "O que temos que pensar, é que o 8 de março não é motivo para ter descontos em lojas, receber flores ou homenagens, mas é sim uma data de afirmação. O 8 de março é motivo de luta. As leis precisam ser reafirmadas e temos que lembrar que o feminicídio é morte anunciada. Temos que combater isso", disse a promotora, relatando ainda projeto do Ministério Público chamado "Guardião", onde as mulheres sob medidas protetivas vão à sede do MP para esclarecimentos sobre o que são tais medidas.

    "Espero que, através dessa audiência, possamos ter ampliado nossos horizontes para ações concretos de proteção às nossas mulheres. Desde já me coloco mais uma vez à disposição das ações que se façam necessárias por meio da Assembleia Legislativa", disse Cristiane Dantas.

    Fonte: ALRN.

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