Uma audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira
(1º) na Escola Estadual Professor José Fernandes Machado, em Ponta Negra, abriu
a I Semana Estadual de Combate ao Bullying e Cyberbullying. Proposta pela
deputada Cristiane Dantas (SDD), a audiência reuniu estudantes, professores,
gestores da área da educação e profissionais especializados no assunto. Dados
da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2015) apontam que 35% dos
alunos dizem que já foram vítimas ou já praticaram bullying.
O objetivo da semana temática é estimular as escolas públicas
e privadas a realizarem campanhas e ações de conscientização para combater o
mal presente no dia a dia dos estudantes. Além da Semana, a Lei nº 10.396/2018
institui o dia 7 de abril como Dia Estadual de Combate ao Bullying nas Escolas
no âmbito do Estado do Rio Grande do Norte.
"É necessário fazer esse debate para estimular que
crianças e jovens vítimas dessa violência moral e física possam superar o medo
e a vergonha de falar sobre o assunto e procurarem ajuda na escola e na
família", destacou Cristiane Dantas.
Para a secretária adjunta de Educação, Márcia Gurgel, o tema
deve ser debatido constantemente por alunos, professores e todos os agentes
responsáveis pelas crianças e adolescentes. "Tem que der discutido não só
essa semana, mas sempre. Essa é uma questão que está sendo discutida por toda
equipe pedagógica da Secretaria Estadual de Educação", afirmou.
O professor do Núcleo de Estadual de Educação para Pais e
Direitos Humanos Eugênio Oliveira deu uma aula rápida sobre o que é bullying,
as principais características das vítimas e dos agressores. Ele também destacou
as consequências e como as pessoas que estão em volta devem agir. "O
bullying é um fenômeno diferenciado de brincadeiras que acontecem dentro da
escola. Precisamos ter cuidado antes de definir as coisas", alertou.
A psicóloga Giovana Petrucci disse que apesar do assunto ser
constantemente abordado, ainda existe uma confusão sobre a prática. "Meu
compromisso de pesquisar mais sobre o bullying tem o objetivo de encontrar
meios de combatê-lo", disse. Ela destacou ainda que embora seja mais comum
ocorrer entre adolescentes e na escola, a prática pode acontecer em qualquer
idade e em qualquer ambiente. "Os mais prejudicados são aqueles que sofrem
o bullying, mas os agressores e os observadores também precisam de ajuda",
alertou.
O debate encerrou com as falas do coordenador do Núcleo de Estadual de Educação para Pais e Direitos Humanos, João Maria Mendonça, e da diretora da escola que recebeu a audiência, Solange Ataíde. João Maria fez um balanço sobre as ações do núcleo e Solange Ataíde destacou a importância de ações desse tipo. "É muito bom ter a presença e perceber que as pessoas estão preocupadas com a saúde do ambiente escolar", disse.