Por
proposição da deputada estadual Cristiane Dantas (PCdoB), a Assembleia
Legislativa foi palco nesta segunda-feira (8) de audiência pública para
discutir soluções contra a violência obstetrícia, com o propósito de encontrar
caminhos que apontem para a humanização do parto.
“Há desatenção, agressões físicas e emocionais na hora do parto
e a preferência dos obstetras por cesarianas. Esse conjunto de fatores terminam
no que é considerado violência obstétrica em hospitais públicos e privados”,
assinalou a deputada Cristiane Dantas.
Para a promotora Iara Maria Pinheiro, coordenadora do Centro de
Apoio Operacional da Saúde, do Ministério Público do Rio Grande do Norte, uma
das formas de violência mais cruéis são promovidas pela confusão entre o
público e o privado.
“O Ministério Público já pediu a intervenção diversas vezes de
casos em que os recursos públicos são drenados para associações privadas e que,
ainda por cima, não prestam o devido serviço à parturiente”, criticou a
promotora de Justiça.
Presidente do Comitê Estadual de Mortalidade Materna e Neonatal,
Maria do Carmo Lopes apontou a peregrinação das mulheres como a violência mais
brutal.
“Mulheres estão morrendo porque, em parto, chegam em um
hospital, que não pode atendê-las. Elas passam, então, a sair pelos hospitais
mais próximos. Parto não pode esperar. Se houver complicação já na gravidez é
ainda mais grave”, criticou Lopes.
Convidadas a dar sua contribuição, representantes de entidades de associações, secretarias municipais e outras dirigente pediram que medidas fossem elaboradas para serem pleiteadas junto ao Governo do Estado e prefeituras municipais.